Canabigerol (CBG) e seus benefícios

A cannabis é uma planta muito complexa, ainda há muito a ser estudado, até o momento, sabemos que nela existem mais de 500 ingredientes químicos ativos que foram identificados incluindo pelo menos 146 canabinóides. Os mais conhecidos são o THC e CBD, porém com o surgimento de novas pesquisas e estudos, outros canabinóides estão vindo aos holofotes. Dentre eles o CBG, que está ganhando atenção por suas propriedades antibacterianas, antimicrobianas e anti-inflamatórias. Ele possui um grande potencial para consumo diário, já que demonstra ter uma ampla variedade de benefícios medicinais.

O CBG é frequentemente chamado de “mãe” de todos os canabinoides, conhecido assim pois o CBGA é produzido antes pela planta e é convertido em CBG, em seguida, ele se transforma nos outros ácidos canabinóides. Então, o CBGA é responsável pela criação do THC, CBD e CBC. Ao contrário do THC, que se liga com os receptores do sistema endocanabinóide, o CBG interage com outra família de receptores, como os TRPs e os PPARs. Isso é a maior razão pela qual o CBG produz efeitos tão diferentes do THC.

A partir de estudos foi comprovado que o CBG é um agonista (ativador) do PPAR-gama, um potente agonista (ativador) do alfa-2-adrenoceptor, a importância desses receptores ainda está sendo estudada, mas o CBG pode ativar alguns deles em vários graus (TRPV1, 2, 3 e 4 e TRPA1) e bloquear outros (TRPM8). Algumas das atividades são semelhantes à maneira como o CBD interage com esses receptores e podem explicar como o CBG pode ajudar potencialmente no tratamento da dor crônica, inflamação e saúde da pele. CBG apresenta um rico perfil farmacológico que pode potencialmente ter muitos benefícios para doenças neurodegenerativas como doença de Huntington, ALS, doença de Parkinson e MS, condições inflamatórias, como colite ou doença de Crohn, além de gerar uma melhoria nas condições metabólicas como diabetes e obesidade.

Principais patologias onde o CBG atua:

·         Colite

Um estudo de 2013 sobre CBG para doenças inflamatórias intestinais concluiu que o CBG pode representar uma nova oportunidade terapêutica. Os pesquisadores sugeriram que o CBG pode ser eficaz na prevenção e no tratamento da colite. Um estudo de 2020 examinou a eficácia do CBG vs CBD para o tratamento da colite em camundongos, descobrindo que o CBG foi eficaz, mas o CBD não, tornando-se um grande potencial para o tratamento da Colite.

·         Síndrome Metabólica

A síndrome metabólica é descrita como uma combinação de glicose elevada, obesidade, hipertensão e colesterol alto, e o CBG mostra sinais como um tratamento potencial para resistência à insulina e hipertensão. Embora a evidência seja preliminar, parece muito promissora.

  • Hipertensão

CBG é atualmente o único canabinóide conhecido por ativar os receptores alfa-2, tendo um papel no tratamento da hipertensão.

  • Diabetes (Resistência à insulina)

Um estudo de 2020 mostrou que o CBG isolado e a combinação de CBG e CBD podem aumentar potencialmente a sensibilidade à insulina. Isso acontece pois o CBG é um ativador do PPAR-gama e já existem medicamentos aprovados pela FDA com esse mesmo mecanismo para o tratamento do diabetes.

•          CBG contra superbactérias

Em uma pesquisa recente, pesquisadores canadenses testaram a eficácia do CBG contra bactérias resistentes a antibióticos. E o CBG se mostrou eficiente em eliminar o Staphylococcus Aureus (MRSA), uma superbactéria comum em hospitais. Os estudos para obter este resultado foram feitos em ratos. Após isolarem cinco compostos da Cannabis, pesquisadores canadenses constataram a eficiência do CBG em eliminar a MRSA, além de outras bactérias. O efeito do canabigerol foi semelhante ao da vancomicina, substância normalmente utilizada nesses casos.

Os efeitos da cannabis medicinal variam muito de paciente para paciente. O CBG é um recurso eficiente para ajudar em alguns casos, como de pessoas que utilizam o THC ou o CBD e não tem alívio da dor, ou que tem efeito colateral, principalmente o psicoativo do THC, que acaba dificultando e não permitindo que a pessoa continue realizando o tratamento. Porém é importante ressaltar que as pesquisas sobre a segurança de produtos com predominância de CBG é notavelmente escassa.

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