Caracterizada pela degeneração dos neurônios que continuem a substância nigra do cérebro, a Doença de Parkinson é conhecida por acometer a população entre 40 e 50 anos, começando com tremores leves que vão piorando conforme a doença vai avançando, com o aparecimento de outros sintomas que compromete a mobilidade dos pacientes.
Além do tremor, outros sintomas que podem ser citados são: rigidez muscular, bradicinesia e acinesia, marcha parkisoniana, hiperlordose cervical, e redução de expressão facial. Além disso, muitos pacientes com Parkinson também podem vir a ter depressão, alteração cognitiva e mudança na qualidade da fala.
Os neurônios degenerados, nesta doença, são os neurônios Dopaminérgicos. Com a perda destes neurônios, regiões cerebrais que precisam de Dopamina ficam atrofiadas. Isso resulta na lentidão de movimentos – Bradicinesia, principalmente os movimentos automáticos, isso porque ocorre falta de Dopamina no corpo estriado, e então ocorre um desequilíbrio de respostas inibitórias e excitatórias.
Um estudo realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, na Universidade de São Paulo (USP), buscou avaliar os possíveis efeitos terapêuticos do Canabidiol na Doença de Parkinson, assim como seu efeito neuroprotetor.
Os pacientes foram submetidos ao tratamento com Canabidiol isolado, junto com os medicamentos antiparkisonianos que eles já utilizavam. Foram considerados parâmetros como: mobilidade, cognição, comportamento e comunicação.
Os resultados demonstram que o Canabidiol possui efeito neuroprotetor que parece ter relação com a redução de estresse oxidativo e consequente diminuição de processos inflamatórios. Foi observado também que o Canabidiol diminuiu os sintomas antipsicóticos, que muitos pacientes podem vivenciar.
O Canabidiol também foi efetivo em vários outros sintomas do Parkinson, tais como cognição, mobilidade, comunicação e comportamento. Vários profissionais relacionam a melhora destes sintomas aos efeitos antipsicóticos, ansiolíticos e antidepressivas do Canabidiol.
Por fim, é comum que haja preocupação em relação a administração de Canabidiol para a Doença de Parkinson, principalmente por ser uma doença que acomete principalmente os idosos. Porém um estudo realizado na Faculdade de Medicina da Universidade Ben-Gurion de Neguev, em Israel, indicou que a Cannabis medicinal é segura e eficaz em pacientes idosos.
Depois de 6 meses de tratamento, os pacientes idosos relataram melhora significantes de seus casos, principalmente em relação a dor, onde houve grande diminuição de uso de opióides.
No geral, os estudos indicam que o Canabidiol é seguro e eficaz como tratamento adjuvante da Doença de Parkinson, principalmente por seu efeito neuroprotetor e também antipsicótico, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Fontes:
FERREIRA-JUNIOR, Nilson C. et al . Biological bases for a possible effect of cannabidiol in Parkinson’s disease. Braz. J. Psychiatry, São Paulo , v. 42, n. 2, p. 218-224, Apr. 2020 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462020000200218&lng=en&nrm=iso>. access on 15 May 2020. Epub July 15, 2019. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2019-0460.
Canabinoides como uma nova opção terapêutica nas doenças de Parkinson e de Alzheimer: uma revisão de literatura
Epidemiological characteristics, safety and efficacy of medical cannabis in the elderly