E se beber água com uma bactéria típica da flora intestinal fosse capaz de curar os principais sintomas do autismo? À primeira vista, parece quase como uma prática de um curandeiro, uma forma estapafúrdia de tentar enfrentar um problema neurológico altamente complexo, mas teve sildenafil sucesso – pelo menos em camundongos. Uma descrição detalhada das experiências, coordenados pelo pesquisador uruguaio Mauro Costa-Mattioli, do Baylor College of Medicine (EUA), acaba de sair na Cell, uma das mais importantes revistas científicas do mundo. «Temos de ter muito cuidado, ainda há muitos estudos pela frente. A mensagem definitivamente não é que os pais de crianças com autismo deveriam sair por aí a encher os seus filhos de probióticos na esperança de que eles fiquem curados. Mesmo assim, estou extremamente empolgado com as canadianpharmacyonline-rx.com perspectivas», disse Costa-Mattioli. Estudos como o do uruguaio, revelando correlações entre os micro-organismos que habitam o nosso corpo e os aspectos mais insuspeitos da saúde humana, ganharam massa crítica nos últimos anos, conta a zoóloga britânica Alanna Collen no seu livro «10% Humano». Para ela, manipular a microbiota – ou seja, a colecção de milhares de espécies microbianas que fizeram do organismo humano o seu lar – poderia ter impactos positivos na epidemia global de obesidade, em doenças autoimunes tão diferentes quanto a esclerose múltipla e a diabetes e numa lista de problemas mentais que, além do autismo, inclui a depressão e o transtorno bipolar. Aqui, é crucial frisar o verbo «poderia» porque, como enfatiza Costa-Mattioli, trata-se de uma área de pesquisa extremamente nova, com conhecimento novo a ser gerado o tempo todo num ritmo muito rápido (e, às vezes, contraditório). O ponto de partida está resumido no título do livro de Collen: só 10% das células no corpo de uma pessoa são realmente dela. Os outros 90% pertencem a bactérias e outros microrganismos que exploram diferentes partes do corpo (como a pele gordurosa do nariz ou as regiões quentes e húmidas das virilhas). Nesse processo evolutivo de longo prazo, os micróbios não só aprenderam a aproveitar-se das condições do organismo humano para se reproduzir como também aprenderam, em muitos casos, a oferecer diferentes vantagens aos seus hospedeiros – é, afinal, um jogo de «ganha-ganha», no qual a saúde da pessoa permite que a comunidade microbiana fique mais próspera, e vice-versa. É por isso que uma flora intestinal vigorosa e diversificada é benéfica, como os médicos já sabem há bastante tempo. Os micróbios do intestino ajudam os seres humanos (e muitos outros animais) a digerir alimentos difíceis, produzem nutrientes que o nosso organismo não é capaz de fabricar e competem com outros seres unicelulares que, se estivessem sozinhos, causariam doenças. Há indícios de que o tipo de microbiota pode influenciar directamente a propensão a engordar. Alguns testes em animais de laboratório e pessoas sugerem que essa abordagem seria online pharmacy um caminho para enfrentar muitos casos de excesso
de peso, que não teriam relação directa com o quanto a pessoa come e se exercita, mas sim com a variedade de espécies de bactéria no seu organismo.
Fonte: http://diariodigital.sapo.pt